Obsessão

Ao estrear nesta quinta diante do colombiano Júnior Barranquilla, o Palmeiras se tornará, ao lado de Grêmio e São Paulo, o clube brasileiro com maior participação na principal competição de clubes do continente: a Taça Libertadores da América. Portanto, tradição nos sobra.
O histórico de três vices (1961, 1968 e 2000) e uma conquista (1999), no entanto, é pouco para o currículo do maior campeão do Brasil, que já teve duas academias de futebol, um esquadrão de galácticos na Era Parmalat e, nos últimos três anos, montou elencos caros e talentosos que sequer chegaram as finais. O que nos falta?
Primeiro, bastidores. Nosso presidente não demonstra força nem a nível estadual e nacional, vide os últimos assaltos em Itaquera, imagina internacionalmente. Isso precisa mudar, urgente! Não queremos ser favorecidos. Almejamos imparcialidade e o máximo de justiça nas decisões tomadas dentro e fora de campo. Erros acontecem, mas não sempre para o mesmo time, e as regras (uso de vídeo, punição para entradas violentas) devem ser iguais para todos. Óbvio? Não na Libertadores.
Segundo, o famoso 'espírito de Libertadores'. Leia-se, raça, determinação, empenho, jogar cada jogo como se fosse uma final. É assim que os rivais sulamericanos, menos badalados e com poderio econômico infinitamente menor, equiparam suas forças com os gigantes brasileiros. Sim, a Libertadores é um torneio diferente. É tiro curto na fase de grupos e depois mata-mata até a decisão. Um empate em casa, e a classificação pode complicar. É enfrentar ferrolhos quando anfitrião e agressividade e ambiente hostil em campos adversários. Vale quase tudo, literalmente! Ser o melhor time no papel não basta. Se fosse assim, os clubes brasileiros conquistariam a maioria dos títulos, sendo incomodados ocasionalmente pelos argentinos. Na prática, ganhamos apenas 1 das últimas 4 edições e 7 das 17 edições do presente século. Como academia de futebol, não precisamos deixar de lado nossa escola de toque e genialidade; apenas precisamos de um pouco de 'sangue nos olhos', cuidando com o estreito limiar deste conceito com o excesso de vontade, a violência.
Por fim, mudar o paradigma de que se deve jogar defensivamente fora de casa e que um empate é considerado um bom resultado. Não! Se o time é melhor tecnicamente (caso do Palmeiras comparado a grande maioria dos rivais na competição deste ano), tem que jogar para vencer, impor o estilo de jogo, buscar os três pontos, não importa o certame. Ganhar ou perder faz parte do esporte, mas a busca pela vitória deve ser incessante. Ninguém pode prever como será o jogo em casa depois. Pode chover muito e facilitar para o adversário que jogará com os 11 atletas atrás da linha da bola. O time pode fazer um grande jogo e a bola teimar em não entrar. Um erro de arbitragem ou uma expulsão justa pode colocar os três pontos em risco.Vencer deve ser sempre o objetivo do próximo jogo, independentemente do prado.
Receita para o título? Longe disso ter eu essa pretensão. Chamaria de detalhes. Um rascunho do caminho ao Bi da América. Musicalizando.. "a taça libertadores, obsessão; tem que jogar com a alma e o coração".
Avanti Palestra!

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas